quinta-feira, 24 de março de 2011

Quaresma, Liturgia e Silêncio





O amor misericordioso de Deus nos enche da esperança de uma vida nova mediante o mistério pascal, o fundamento da nossa fé cristã.
De fato, o tempo da quaresma na vida da Igreja orienta seus membros para uma renovação profunda, como fruto da conversão que deve ser animada pela boa nova das palavras e ações de Jesus.
A nossa fé se expressa de um modo especial na vida litúrgica. Para nosso auxílio, a Igreja propõe gestos e atitudes significativos.
O silêncio antes, durante e após a Celebração é retomado com mais evidência nesse tempo da Quaresma. Um silêncio que brota do coração que celebra e o conduz ao essencial, isto é, o mistério da fé. O “hino de louvor” e o “Aleluia” da aclamação ao Evangelho são omitidos, o que torna uma referência para que os fiéis compreendam que a Igreja está num retiro, na busca do despojamento tendo como Mestre e Modelo o próprio Jesus.
Por esse motivo, “no tempo da Quaresma só é permitido o toque do órgão e dos outros instrumentos musicais para sustentar o canto” (IGMR 313) de modo que a assembléia experimente certo impacto e se envolva efetivamente no que a Igreja propõem. O mesmo serve para ornamentações: “No tempo da Quaresma não é permitido adornar o altar com flores. Excetuam-se, porém, o domingo Laetare (IV da Quaresma), as solenidades e as festas” que podem ocorrer nos dias de semana (IGMR 305).
Seria uma grande oportunidade para pôr em prática o que a própria Instrução Geral do Missal Romano indica (IGMR 45): “no ato penitencial e a seguir ao convite à oração, o silêncio destina-se ao recolhimento interior; a seguir às leituras ou à homilia, é para uma breve meditação sobre o que se ouviu; depois da Comunhão, favorece a oração interior de louvor e ação de graças”. Evite-se a insistência de tantos comentários, com informações evidentes e desnecessárias, que atrapalham o “ritmo” da Santa Liturgia.

Padre Alceoni

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